domingo, 24 de janeiro de 2010

inacessível


“Quanto mais estrangeiro, mais será mantido, imaginariamente como parceiro inacessível. Se além do mais seu estatuto de ‘estrangeiro’ o mantém, na realidade, numa distância importante ou mais ou menos permanente da histérica, ele se torna o parceiro dos sonhos. Por outro lado, tão logo o ‘estrangeiro’ se faça mais cotidiano, mais imediato, suas aptidões ideais caem em queda livre: torna-se de imediato tão decepcionante quanto os outros. Donde este fantasma histérico, fartamente alimentado, de ser a mulher de um navegador de longo curso (‘é formidável, tão bom quando a gente se revê...’), ou de ser companheira de um engenheiro preso por vários meses do ano nos confins da Antártida...”.

(DOR,J. Estruturas e clínica psicanalítica, Rio de Janeiro, Taurus Editora, 1994)

3 comentários:

  1. Nossa, impressionante esse trecho.
    O.o
    Sempre achamos que quem está longe é o ideal, é quem sonhamos. E, quando ele passa do imaginário para o plano real e cotidiano, vemos que é uma pessoa como todas as outras: com defeitos, manias e etc. E eu acho isso muito bom.

    "As coisas só parecem difíceis e complicadas à distância — chegando aqui tudo é muito cotidiano, por assim dizer, e até mesmo fácil."

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  2. adoreeeeeeeei!!!

    mas acredito q a maioria de nós tem mesmo mania de ver complicação onde não tem! na verdade, simplificar é q é dificil!!! hahaha

    bjo

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  3. Adorei! Identifiquei-me, sabia? Ai, ai, psicanálise é tudo.

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