segunda-feira, 24 de maio de 2010

Eu encontro-te. Escrever? Para quê?


"Prometeu procurar-me dentro de um mês, em Lourenço Marques. "Eu encontro-te. Escrever? Para quê? As palavras não põem o meu corpo no teu. Eu chego, pronto".
O que eu senti pelo Xavier talvez não se possa chamar paixão. Quando nos afastávamos, nem sequer sentia aquela faca de frio que, ao cair da noite, abre caminho sobre a consciência dos amantes. Enquanto acreditava na vida de Xavier, os meus dias podiam começar e acabar sem ele. Nunca foi assim com Eduardo, era-me impossível pensar que um dia inteiro da minha vida se escoasse na sua ausência".

(Nas tuas mãos, Inês Pedrosa, p. 110)

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